BIO CURTA

Júlia Tygel é pianista e compositora. Doutora em Musicologia pela USP, com estágio na City University of New York como bolsista CAPES-Fulbright, é bacharel em Composição mestre em Musicologia/Etnomusicologia pela UNICAMP. Seu CD “Entremeados”, com arranjos para violoncelo e piano para canções da MPB, foi pré-selecionado para o Prêmio da Música Brasileira, contando com a produção de Benjamim Taubkin e financiamento da Prefeitura de Campinas.

Foi Assessora Artística da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), editando a Revista Osesp 2021, e continua a contribuir com a orquestra como autora de notas de programa. Lecionou na Faculdade de Música Souza Lima (SP) e no curso de Educação Musical à Distância da Universidade Federal de São Carlos, tendo publicado artigos acadêmicos no Brasil e exterior. Atualmente, dedica-se a projetos autorais de canção e gerencia as ações sociais da empresa Unigel.

BIO LONGA

Júlia Tygel nasceu em Salvador/BA e cresceu em Campinas/SP. Iniciou seus estudos de piano aos 7 anos, ingressando aos 9 na Escola de Artes Pró-Música de Campinas – onde estreou, no mesmo ano, sua primeira composição, para piano e conjunto Orff. Aos 18 ingressou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) no bacharelado em Música – modalidade Composição, e durante o curso tornou-se aluna de piano do Prof. Dr. Sílvio Baroni.

Ao longo da graduação, Júlia manteve um duo de violoncelo e piano com o violoncelista Mário Costa, da Orquestra Sinfônica de Campinas, para o qual escreveu os arranjos que se tornariam o repertório de seu primeiro CD, Entremeados, lançado em 2011 com as violoncelistas Adriana Holtz (Osesp) e Vana Bock (OSUSP), além das participações de João Taubkin (contrabaixo acústico) e Thais Nicodemo (piano a 4 mãos). O CD teve produção musical de Benjamim Taubkin, foi realizado com financiamento da Prefeitura de Campinas por meio do Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (FICC), e foi pré-selecionado para o Prêmio da Música Brasileira. O projeto foi apresentado em diversos teatros do estado de São Paulo como o Museu da Casa Brasileira, SESC Vila Mariana, Sesc São José do Rio Preto, Centro Cultural São Paulo, Casa de Francisca, Casa do Núcleo, Espaço Dodecafônico de Jundiaí, Centro de Convivência Cultural de Campinas, turnê em teatros do SESI (Birigui, Sorocaba, Mogi das Cruzes, São José do Rio Preto e Santos). Em 2012, o show foi apresentado em Nova York, em locais como Cornelia Street Cafe, Barge Music, Brazilian Endowment for the Arts e Tenri Cultural Institute, recebendo também apoio do Consulado Brasileiro. Nos EUA, Júlia se apresentou ao lado da violoncelista Jody Redhage, do grupo Chamber Music Society de Esperanza Spalding.

Nos últimos anos de sua graduação, iniciou uma pesquisa sobre práticas dialógicas de investigação em etnomusicologia junto a dois projetos de pesquisa participativa: o Arquivo Musical Timbira, idealizado pela compositora e pesquisadora Kilza Setti e realizado pelo Centro de Trabalho Indigenista junto aos índios Timbira do Tocantins e Maranhão, e os trabalhos do Laboratório de Etnomusicologia, Antropologia e Audiovisual do Recôncavo (LEAA/Recôncavo), idealizado e coordenado pela pesquisadora Dra. Francisca Marques em Cachoeira, Bahia. Essa pesquisa seria tema de sua iniciação científica (2006) e mestrado (2009), ambos realizados na UNICAMP, com auxílio FAPESP, sob orientação da Profa. Dra. Lenita Nogueira. Ao longo dessa pesquisa, apresentou artigos em diversos congressos no país (ANPPOM, SINPOM, ABET, entre outros) e alguns no exterior (Convegno Internazionale di Americanistica – Perugia/Itália, e British Forum for Ethnomusicology – Liverpool/ Inglaterra).

Unindo os aprendizados em etnomusicologia ao interesse pelo estudo da composição, Júlia realizou entre 2010-2014 um doutorado na USP na área de análise musical, sob orientação do Prof. Dr. Marcos Lacerda e auxílio CAPES, sobre técnicas composicionais baseadas em repertórios de tradição oral em obras de Béla Bartók (Hungria) e Villa-Lobos (Brasil). A pesquisa comparou as abordagens dos dois compositores ao debruçarem-se sobre a criação de músicas a partir de elementos de tradições orais. Entre 2011-2012, Júlia realizou parte da pesquisa na City University of New York (CUNY), sob orientação do Prof. Dr. Joseph Straus, como recipiente da bolsa de doutorado sanduíche CAPES-Fulbright, tendo sido a única selecionada da área de artes naquele ano.

Após a conclusão de seu doutoramento, Júlia retomou os estudos de piano e da composição. Nesse período, trabalhou em projetos pessoais e teceu parcerias com outros artistas. Retomou o projeto Entremeados, criando sua segunda etapa Novos Enredos, com um novo repertório que explora principalmente a obra de Milton Nascimento, e que foi apresentado na Biblioteca Mário de Andrade (SP), Santander Cultural (Porto Alegre), Museu do Estado de Recife e Festival de Inverno de Garanhuns (PE). Em parceria com a atriz Marilene Grama, criou o espetáculo híbrido de música, teatro e poesia Vide Verso: Manoel de Barros em Música e Poesia, para o qual musicou poemas de Manoel de Barros. O espetáculo já foi apresentado em teatros como o SESC Bauru, Bienal Internacional do Livro de Alagoas, SESC Osasco. Inspirada na obra de Manoel de Barros, compôs “Em estado de árvore” sob encomenda do Quarteto Villani, estreada em 2017. Integrou em 2017 o Duo Flutuart, escrevendo os arranjos de um concerto com obras de Chiquinha Gonzaga, que foi apresentado em diversos teatros do SESC nos estados de São Paulo, Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul. Escreveu os arranjos para o projeto Mares de Minas, da cantora mineira radicada em São Paulo Fernanda de Paula, a ser lançado.

Projetos atuais são O Delírio do Verbo: Manoel de Barros em Canções, com Tatiana Parra (voz) e Neymar Dias (viola caipira), com suas canções sobre poemas desse autor, e o projeto Os Frutos do Tempo/Les Fruits du Temps, com canções autorais sobre poemas de seu avô belga Simon Tygel, em um projeto bilíngue francês-português, também com Tatiana Parra e outras participações.

De 2014 a 2018 Júlia lecionou na Faculdade de Música Souza Lima e no curso de Educação Musical à Distância da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). De 2019 a 2021, assumiu o cargo de Assessora Artística da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), instituição para a qual já escrevia notas de programa como jovem autora (selecionada por edital) desde 2018, editando também a Revista Osesp 2021. Atualmente, dedica-se a projetos autorais e está à frente das ações sociais da empresa Unigel.

Imagem: Yuri Tavares.