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MARES DE MINAS

TRABALHO SOLO DA CANTORA FERNANDA DE PAULA

Tecendo laços  musicais e poéticos entre Minas Gerais e o mar, Mares de Minas é o primeiro trabalho solo da cantora, percussionista e poetisa Fernanda de Paula, com arranjos da pianista e compositora Júlia Tygel.

Com uma voz de timbre marcante e particular, Fernanda traz influências de sua origem mineira, como o som rústico da caixa do Divino (tambor típico de Minas Gerais, tocado pela cantora) e os toques de congadas, que são alinhavadas a um acompanhamento pianístico sofisticado e que dialoga com as imagens poéticas das canções.

No repertório estão tanto músicas de compositores consagrados como Milton Nascimento, Dori Caymmi e Francis Hime, como também de compositores da nova geração como Heron Coelho, Léo Nascimento, Leandro Medina e uma parceria do próprio duo. Há ainda compositores latinos como Ariel Ramírez e Simón Díaz, músicas da tradição oral brasileira, e alguns textos autorais declamados ao longo do show.

Além de revelar a paisagem conhecida como “mar de morros”, no encontro das Serras da Mantiqueira e do Espinhaço, Minas Gerais realmente já teve mar. Em 1966, a ferrovia Bahia-Minas, que ligava Ponta de Areia (BA) a Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha (MG), foi desativada. Por consequência de uma dívida não paga pelos governantes baianos, Minas perdeu aquela estreita faixa de terra, o caminho que dava acesso ao seu braço de mar, o tão sonhado “Mar de Minas”. Num trajeto simbólico por essa ferrovia, que hoje habita o imaginário dos mineiros, as canções e textos caminham entre a o mar e a montanha, continuando o trajeto em uma linha imaginária que chega até as cordilheiras andinas da América Latina.

O trabalho dialoga ainda com as metáforas arquetípicas do mar e da montanha, traçando um caminho circular do mergulho em direção ao inconsciente, às emoções e aos sonhos, para a elevação espiritual, a comunicação com o divino e a ponte entre terra e céu. Os oceanos, assim como as montanhas e os desertos, possuem simbologias parecidas nas histórias: são lugares a serem atravessados, ao invés de habitados.

Assim, Mares de Minas convida o público a um mergulho nos mares da alma e a trilhar caminhos entre um Brasil profundo e litorâneo, entre elementos rústicos e sofisticados e entre gerações consagradas e novas de compositores da música brasileira.

Foto: Celso Cardoso

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